Ponto 1 – Da fé.
2 Pedro 1: 16 – Porque não seguimos fábulas engenhosamente
inventadas, quando vos fizemos conhecer o poder
e a vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo, pois fomos testemunhas oculares
de sua majestade.
Um mundo cada vez mais ateu nos pede motivos para nossa fé,
e não é com filosofias que vamos responder. Deus existe por um simples motivo:
Ele aparece para as pessoas! Com muitos testemunhos, vários deles ao mesmo
tempo, tantos que não pode ser alucinação coletiva. Não é o testemunho de 1 só pessoa,
mas de muitas, em várias épocas. Assim é a Bíblia.
Ponto 2 – Das escrituras.
Desde o início a igreja usou as escrituras para provar que o
que testemunharam estava previsto. Usavam a septuaginta, por isso os católicos
e ortodoxos têm mais livros no velho testamento. As escrituras são infalíveis,
mas quem tem autoridade para interpretá – las? Qualquer pessoa? Vamos ver na
própria escritura.
Adão e Eva receberam
a palavra de Deus, mas o diabo os enganou dando sua própria interpretação
chamando Deus de mentiroso. Tentou enganar a Jesus no deserto usando a Bíblia,
mas Jesus deu a ele a correta interpretação. Em Atos dos Apóstolos, Jesus abre
os olhos dos discípulos para que pudessem compreender as escrituras, estes
estavam então autorizados a explicar.
Ponto 3 – O Concílio de Jerusalém ( Atos 15).
Em Atos, no capítulo 15, os Apóstolos viveram a oposição dos
judaizantes. Mas tinham o Espírito Santo, eram testemunhas oculares e tiveram
seus olhos abertos por Jesus para compreender as escrituras.
V1- Alguns homens, que haviam descido da Judéia, passaram a
ensinar aos irmãos: se não vos circuncidardes conforme a tradição instituída
por Moisés de forma alguma podeis ser salvos.
***Nota – Vemos aí a origem do pensamento ebionita que
acredita em Jesus como profeta mas sugere seguir a lei de Moisés como salvação.
Este mesmo ebionismo fez sincretismo com a religião da Arabia Saudita para se
tornar o que conhecemos como islamismo. Por isso a primeira Mesquita de Maomé
tinha a Qibla voltada para Jerusalém.
Porém sofreram oposição de Paulo e Barnabé, estes foram para
Jerusalém tratar a questão com os Apóstolos e Presbíteros (v2).
V 19 – 21 – Os Apóstolos e Presbíteros de Jerusalém,
presididos por Tiago e com a presença de Pedro, decidem não exigir dos gentios
que sigam a lei de Moisés além de coisas essenciais: abstenção aos ídolos,
imoralidade, carne de animais sufocados e sangue.
Ponto 4 – Da autoridade Apostólica.
·
Nenhum Apóstolo moderno pode passar por cima da
autoridade dos que foram escolhidos por Jesus.
·
Se ele diz que viu um anjo, que tenha pelo menos
3 testemunhas idôneas para comprovar ( Deuteronômio 19 V15). Isso se aplica aos
mórmons e aos muçulmanos.
·
Quem viu Jesus e quem viu os Apóstolos pregando,
tem mais autoridade para interpretar as escrituras que os Apóstolos modernos.
·
Estava em Atos 15 definido o que era
cristianismo e o que era judaísmo. Daí podemos concluir que não foi exigido dos
cristãos circuncisão, sábado, dízimo, não está proibido fazer imagens ( a não
ser de ídolos), exigir que se faça qualquer coisa da lei de Moisés que não foi
exigida por Jesus ou pelos Apóstolos é judaizar.
·
Cristo aperfeiçoa, não abole a lei, ou seja seus
princípios são ampliação e complemento da lei. O serviço da liberdade é maior
que o da escravidão e é voluntário.
·
O ministério apostólico é superior ao das 12
tribos. Em Mateus 19:28 Jesus diz que os Apóstolos sentarão em tronos para
julgar as 12 tribos de Israel. As 12 tribos são o início de um povo na carne e
os 12 Apóstolos um início de povo espiritual.
Ponto 5 – Da Reforma Protestante.
·
Se a igreja quiser salvar a reforma deve manter
coerência histórica e teológica, seguindo os princípios apostólicos. Não
ocorreu reforma alguma da igreja católica,
começaram a ocorrer cismas, desde o século 16 ( Luterano, Anglicano,
Congregacional etc). Mas a igreja católica está lá, no mesmo lugar de sempre,
enquanto os protestantes estão cada vez mais divididos, quando não
secularizados. Jesus orou para que os cristãos fossem um. Melhor estar dividido
pela verdade? Qual das milhares de denominações nossas é a dona da verdade?
·
Só Jesus é testemunha de Jeová, pois só o Filho
pode revelar o Pai, somos chamados para sermos testemunhas de Jesus. ( João
1:18 e Atos 1:8).
·
A preferência evangélica por nomes de filhos e
de igrejas com pessoas e lugares do velho
testamento pode ser sinal de judaização doutrinária.
Ponto 6 – O
contraste entre Roma, Jerusalém e a Jerusalém do alto ( Gálatas 4:26).
·
A igreja surgiu na Galiléia e de lá se difundiu
para o mundo inteiro. Jesus nasceu em território romano, seus pais foram pra
Belém por decreto de César, Jerusalém era governada por um procurador romano na
época da crucificação, Antioquia era uma cidade romana, o Egito era território
romano, Paulo e Silas se diziam romanos. Em Roma foram martirizados Pedro e
Paulo. A igreja não pode ter vergonha de sua origem e herança romana, pois foi
o próprio Deus quem quis assim. Se Deus quisesse um Jesus Persa, ele teria nascido em território Persa.
·
Pedro e Paulo estabeleceram a igreja em Roma em
comunhão com as outras. Bons e maus Papas se sucederam no governo dessa igreja,
assim como bons e maus Reis no governo do Reino de Judá. Assim como Davi
estabeleceu Jerusalém como capital, Pedro estabeleceu Roma como a Sé principal
da igreja.
·
A Jerusalém do alto é livre e essa é a nossa mãe
( Gálatas 4: 26). A Jerusalém terrena se tornou a capital de Israel com Davi,
mas antes era de outro povo. Salomão construiu ali o primeiro templo, a cidade
e o templo foram destruídos pelos romanos ( e antes deles pelos Babilônicos). O
templo até hoje não foi reconstruído e muito dificilmente será, com quase 2
bilhões de muçulmanos tomando conta de suas mesquitas no monte do templo. Assim
como a lei veio com Moisés e acabou com João Batista pois tinha chegado o
Cristo, Jerusalém depois de ter começado com Davi e durado no tempo da
concessão da lei, teve que acabar quando apareceu a nova aliança.
·
Assim como passou Jerusalém, passará Roma e
também todo o mundo irá passar. Haverá um novo céu e haverá uma nova terra.
A nova dispensação nos prepara para um novo
tempo, onde estaremos diariamente na presença de Deus. E agora vemos em parte,
mas então veremos face a face.
Ponto 7 – Da peregrinação.
A primeira peregrinação da cristandade ocorreu no túmulo
vazio de Jesus no primeiro domingo após a crucificação, as primeiras peregrinas
as duas Marias ( Mateus 28:1). Em 2 reis 13: 21 um morto foi ressuscitado ao
entrar em contato com os ossos de Eliseu. Preciosa é para o Senhor a morte de
seus Santos, portanto devemos ter respeito pelos lugares onde os Santos de
Deus
estão sepultados sim. Não podemos
afastar biblicamente a ocorrência de milagres nesses locais. O primeiro local
de peregrinação do cristianismo é o túmulo vazio de Jesus em Jerusalém, o
segundo a Cidade de Roma, onde estão Pedro e Paulo sepultados.
Devemos creditar esses milagres ao poder de
Deus.
Ponto 8 –Sobre os símbolos cristãos.
A-
A cruz – em Gálatas 6:14 Paulo diz que a cruz é
a glória do cristão. Não devemos ser inimigos da cruz de Cristo, nem considerar
a cruz maldita. Ela deve estar em destaque em qualquer templo que se diga
cristão. O menorah ou a estrela de Davi não podem substituir a cruz na vida do
cristão.
B-
O peixe e o XP (quirrô) – São símbolos cristãos
desde o início.
C-
Os ícones – São desenhos que demonstram cenas
bíblicas e doutrinas cristãs. Não há impedimento em usar imagens em Atos 15, os
Apóstolos não fizeram aos cristãos essas exigências, desde que não sejam
imagens de ídolos. O próprio Deus mandou colocar estátuas de anjos no templo de
Salomão. Não podemos transformar essas imagens em ídolos, como fizeram com a
serpente de Moisés, que queimavam incenso e chamavam Neustã.
D-
O formato dos templos – Templos parecendo lojas,
com cores aberrantes (verde, abóbora), sem aspecto religioso, não devem fazer
parte da rotina do cristão. O mínimo que se deve ter para respeitar a história
da igreja é formato de Basílica, torre e cruz na fachada. De preferência com
cores sóbrias. Não precisam nem de placa para dizer que é uma igreja se você
constrói de maneira a glorificar o nome de Deus. Se luxuoso, melhor para os
pobres, que não podem usufruir do luxo em casa, o farão na igreja.
Ponto 9 – Álcool, drogas, cigarro, dízimo e alimentos.
A-
Alimentos -
Em Atos 15 foram proibidos a carne sufocada, sangue e alimentos
dedicados aos ídolos, embora Paulo condicione isso ao fato de gerar escândalos.
Nenhum outro alimento está proibido ao cristão, embora deva se guiar pela
sabedoria e ciência.
B-
Álcool – Não é proibido em Atos 15, mas não deve
haver abuso, se houver vício é melhor abstinência e nunca dirigir embriagado.
C-
Drogas – Como o corpo do cristão é templo do
Espírito santo, nada prejudicial ao organismo, isso inclui as drogas, incluindo
a maconha.
D-
Cigarro – A ciência diz que é cancerígeno, não
há proibição na lei e Spurgeon fumava,
porém manda a lógica e a ciência que não seja um hábito do cristão.
E-
Dízimo – Não foi pedido pelos Apóstolos em Atos
15, mas contribuições regulares existem desde o início da cristandade e devem
ser estimuladas, de forma regular e podem ser de 10 % ou não.
Ponto 10 – Do domingo.
A-
Em Atos 15 os apóstolos não pedem a guarda do
sábado dos gentios. O sábado, assim como a circuncisão é um sinal. O sábado aponta para a perseverança de todos
os dias no serviço do Senhor da nova aliança. O sábado acabou com o raiar de um
novo dia: o dia do Senhor (Mateus 28:1).
B-
Atos 20:7 – A igreja está reunida no primeiro
dia da semana para partir o pão e Paulo pregou nesse dia até meia noite.
C-
Em 1 Coríntios 16:2 – Paulo organiza uma coleta
no primeiro dia da semana.
D-
Essas são evidências bíblicas de que a guarda do
sábado é judaização da doutrina. O domingo não foi introduzido por Constantino.
E-
Inácio de Antioquia, martirizado em 110, adverte
os magnésios contra os judaizantes e diz que não observamos mais os sábados mas
o dia do Senhor
(v 9). Os sábados são para lembrar da obra da criação que vai passar, o domingo para nos lembrar da redenção que nos levará para a eternidade.
Ponto 11 – Sobre Constantino.
Constantino não fundou a igreja católica, essa foi fundada
em Jerusalém, Constantino ajudou a formar a doutrina em Concílios. Os
Imperadores que sucederam Constantino, inclusive chegaram a apoiar o arianismo.
Um simples estudo da Patrística e dos concílios ecumênicos é suficiente para
afastar essa falácia.
Ponto 12 – Sobre a Trindade.
A-
Não existe a palavra Trindade na bíblia, mas a
Bíblia ensina sobre o Pai, o Filho e o Espírito Santo. A Blasfêmia contra o
Espírito Santo não pode ser perdoada, portanto podemos concluir que não é
somente uma força de Deus, mas a terceira pessoa da Trindade ( Mateus 12:32).
Lucas 12:12 nos diz que Ele também é nosso professor.
B-
Jesus é Filho de Deus ou Deus Filho? - Em João 1, Jesus é a palavra que estava no
princípio com Deus e sem Ele nada teria sido feito. Ele não somente é Filho de
Deus mas o próprio Deus Filho. Ele não é um deus, pois não somos politeístas.
Somos chamados para sermos testemunhas de Jesus ( Atos 1:8), e somente Jesus
pode ser Testemunha de Jeová, pois em João1 :18 explica que somente o Filho
Unigênito pode revelar o Pai.
C-
Portanto Ide batizando em nome da Trindade: Pai,
Filho e Espírito Santo! Foi o que disseram os testemunhas de Jesus ( Mateus
28:19).
Ponto 13 – A salvação
e a graça.
Para receber de Deus o perdão é necessário primeiro o
arrependimento pelos pecados, que vem pela Fé, esta por sua vez vem pelo ouvir
a palavra. Além de acreditar no sacrifício e ressurreição, é necessário uma
mudança de atitude. A fé sem obras é morta. A salvação vem pela Graça mediante
a Fé, não vem das obras da lei de Moisés, mas as boas obras acompanham os
salvos. Pelas boas obras somos aperfeiçoados. Em Mateus 25, Jesus diz que vai
julgar as pessoas pelas obras, não vai aplicar prova de teologia a ninguém, nem
vai medir a quantidade de louvores que cada um cantou.
Ponto 14 – Predestinação e Livre Arbítrio.
Arminianos e Calvinistas dividem os Protestantes há 400
anos, mas eles estão certos ou errados? Os dois grupos estão certos e errados,
não se pode falar de predestinação sem dizer que Deus respeita a opinião de
seres humanos, não se pode falar de livre arbítrio sem falar de predestinação.
É um mistério a forma como Deus predestina e respeita o livre arbítrio. O exemplo
de Ezequias e sua cura milagrosa é
claro, mostrando Deus falando uma coisa e mudando de
idéia.
Ponto 15 – Unidade.
A busca da unidade deve ser nosso princípio fundamental,
pois na oração sacerdotal Jesus orou para que fôssemos um. A verdade une e não
separa, se vangloriar de estar separado pela verdade não é uma atitude cristã.
Qual das nossas
milhares de denominações
é a dona da verdade? Em Efésios 4:5, Paulo nos ensina que há uma só fé, um só
Senhor e um só batismo. Em 1 Coríntios 1:13, Paulo nos ensina que Cristo não
está dividido. Os que rompem e dividem a unidade da igreja receberão de Deus o
mesmo castigo de Jeroboão (2 crônicas 13).
Ponto 16 – Do uso das imagens.
Os apóstolos em Atos 15 não proibiram imagens, a não ser de
ídolos, a iconoclastia é judaização e significa passar por cima da autoridade
Apostólica. A igreja pode ter imagens se assim o quiser, desde que não seja de
ídolos pagãos. Inclusive
estátuas. Deus
pediu que fossem colocadas estátuas de anjos no templo e o próprio Moisés fez
uma estátua para o povo. Desde o início da igreja, nas catacumbas, imagens de
Jesus e dos Santos são feitas.
Ponto 17 – Sobre o casamento de pessoas do mesmo sexo nas
igrejas.
Homofobia é crime, pessoas homoafetivas devem ser acolhidas
na igreja e devem ter seus direitos civis respeitados sem qualquer tipo de
discriminação pela sua opção, porém os Apóstolos exigiram dos gentios em Atos
15 que para entrarem na igreja deveriam acolher o comportamento sexual
recomendado pela lei mosaica. Portanto, permitir casamento de pessoas do mesmo
sexo na igreja é passar por cima da autoridade Apostólica
e errado do ponto de vista teológico.
Ponto 18 – Sobre o celibato (1 Coríntios 7)
O celibato deve ser opcional, o cristão que opta por esse
tipo de vida não deve ser discriminado. Paulo nos diz que esse tipo de opção é
melhor que o casamento para quem deseja cuidar da igreja, mas se a pessoa não
se sentir bem que se case. Jesus era celibatário e disse que algumas pessoas se
fazem eunucas pelo Reino de Deus. Acredito que o modelo ortodoxo para o
Celibato é o melhor.
Ponto 19 – Sobre o sacerdócio feminino.
A-
Juízes 4:4- Débora liderava Israel, era uma
época de apostasia e o povo estava subjugado há 20 anos. Ela era juíza, e
portanto uma chefe militar e civil. Mulheres podem muito bem liderar países e podem
ser chefes militares, esse é um exemplo.
B-
Raquel – Pastora de ovelhas, deixou a profissão
após casar com Jacó, isso demonstra que a mulher pode participar do mercado de
trabalho. Vale lembrar que antes de casar com Jacó ela não era crente.
Inclusive roubou as imagens de Labão (Gênesis 31:19).
C-
Febe – romanos 16 v 1- A palavra diaconoi usada
pode ser entendida como servindo a igreja, não que ela era diaconisa ordenada.
Essa mesma expressão foi usada em João 2:5 e em outros textos em que mostram
serviço e não era diaconato ordenado. Ordenar mulheres para o ministério vai de
encontro à prática de Jesus que ordenou Apóstolos, contra a prática dos
Apóstolos que ordenaram diáconos homens e presbíteros homens e contra toda a
história da igreja primitiva. É uma inovação.
Ponto 20 – Sobre a hierarquia eclesiástica.
Em 1 Tito, Paulo escreve orientações para que o mesmo
ordenasse presbíteros, estes eram constituídos pelos Apóstolos e não eleitos.
Matias foi eleito por ser o cargo de Apóstolo, era prática antiga a eleição de
um Bispo sucessor dos Apóstolos como até hoje é feito com o Papa.
Em Atos 14:23 vemos Paulo e Barnabé constituindo presbíteros
em cada igreja e não programando eleições.
Daí
podemos
concluir que o sistema episcopal é o mais
bíblico, tendo em vista que os Apóstolos foram substituídos gradualmente por Bispos
eleitos. Estes Bispos, tal como fizeram os Apóstolos, ordenavam presbíteros e
diáconos.
Ponto 21 – Necessidade de um Concílio protestante.
Não é possível depois de 500 anos tantas doutrinas
diferentes e todas serem relacionadas à infalibilidade da bíblia. A Bíblia é
infalível, mas a interpretação não é. Concílio já!
Ponto 22 – Didaquê.
Livro não canônico, mas útil para nos ensinar sobre a igreja
do século 1. Do ano 80, João Apóstolo estava vivo quando foi lançado.
Orientações de conduta e de culto, com batismo e ceia e pedido para orar o Pai
nosso em toda reunião.
Ponto 23 – Quantos são os sacramentos?
Aparentemente os sacramentos são 7 e não 2
como ensinamos. Em Apocalipse
1:20 vemos que o número 7 é bem apreciado por
Jesus. Muito provavelmente escolheu esse número cheio de significados para os
sacramentos da sua igreja. Vejamos então sua explicação bíblica. Aparentemente
é a forma da igreja
transmitir aos fiéis
o dom que recebeu de Cristo.
Ponto 24 – O Batismo.
O batismo cristão é diferente do de João Batista. Este era
um batismo de arrependimento para remissão de pecados( Mc 1:4). O batismo de
Jesus é um instrumento de perdão, transformando o velho homem em nova criatura.
O Batismo pode ser por imersão, aspersão ou infusão. O didaquê sugere imersão
em água corrente, porém abre espaço para derramar água 3 vezes em nome do Pai,
do Filho e do Espírito Santo. Também o Batismo sendo análogo da circuncisão,
deve ser administrado às crianças. Afinal a promessa é para nós e nossos
filhos. E não devemos impedir as crianças de chegarem a Jesus, pois delas é o
Reino dos céus. Dividir igrejas por causa de fórmulas de batismo não é cristão.
Ponto 25 – Crisma. Atos 19: 4-6.
Confirmação do Batismo em caso desse ter sido administrado
na infância. Outra importância desse sacramento é conferir o Espírito Santo,
aperfeiçoando o Batismo e gerando maturidade espiritual (sabedoria,
inteligência, fortaleza, temor de Deus, conselho, piedade e ciência). Em atos
19, vemos pessoas batizadas com o Batismo de João e logo em seguida recebendo o
Batismo de Jesus e depois o Espírito Santo por imposição de mãos (Crisma).
·
Atos 8:18 – Observando Simão que o Espírito era
concedido por meio de imposição de mãos dos Apóstolos (Crisma), ofereceu –lhes
dinheiro.
·
1 Timóteo 4: 14 - O dom foi outorgado a Timóteo
por imposição de mãos.
·
2 Timóteo 1:16 – O dom que habita por imposição
de mãos de Paulo.
·
Hebreus 6: 1-2 – Há instrução acerca dos
Batismos e da imposição de mãos (crisma).
Ponto 26 – Confissão e Penitência.
A bíblia ensina a pedir perdão ao irmão antes de comer do
pão e beber do cálice. Também ensina que devemos nos examinar. Paulo disse que
esmurrava seu corpo para que pregando a outros não fosse desaprovado (1
Corintios 9:27).
·
Lucas 19:8 – Zaqueu se confessa e promete
penitência.
·
Atos 5:3 – Ananias não confessa seu pecado e
morre.
·
Tiago 5:16 – Confessai os pecados uns aos
outros.
·
Mateus 9:6 – O filho do homem tem autoridade
para perdoar pecados.
·
João 20: 21- 23 – “Assim como o Pai me enviou eu
vos envio e aqueles a quem perdoardes seus pecados serão perdoados”.
Ponto 27 – Eucaristia ( Ação de graças).
Jesus disse que o pão e o vinho eram seu corpo e sangue e
quem não bebesse seu sangue e comesse seu corpo não teria parte com ele. O ato
é em memória dele, mas os elementos são o próprio sangue e o corpo de Cristo.
Se ele está presente onde 2 ou 3 estão reunidos, então ele está presente no
momento da ceia. Em João 6: 56 ele diz: Aquele que come minha carne e bebe meu
sangue permanece em mim e eu nele.
Ponto 28 – Ordem.
O sacerdócio é Universal aos crentes, mas os sacramentos são
administrados por pessoas autorizadas, homens e de preferência celibatários.
Essas pessoas devem ser ordenadas antes de
fazer a administração. Essas pessoas devem
usar roupas que os lembrem da importância e da peculiaridade do seu ministério,
ou uma batina ou toga. Não podem usar roupas comuns como paletó, que são usadas
por pessoas não ordenadas. Lógico que se essa missão não estiver no coração,
não terá efeito algum só a roupa.
Ponto 29 – Casamento.
O casamento cristão foi instituído por Jesus, e é diferente
do judaico, quem diz isso é o próprio Jesus ( Mateus 19:8). O casamento cristão
é sacramento para Jesus e deve ser digno dessa honra, pois sempre o foi para a
igreja primitiva. O que Deus uniu não separe o homem. O casamento é o símbolo
da união de Cristo com a igreja.
·
Hebreus 13:4 – O casamento é digno de honra.
·
Malaquias 2: 14-15 – É uma aliança.
·
Oséias
1:2 - O adultério é semelhante à
idolatria. Toda a lei deriva dos 2 maiores mandamentos: amar a Deus e ao
próximo.
Ponto 30 – Unção dos enfermos.
A-
Instituída por Jesus – ( Marcos 6:13). Os
Apóstolos iam de aldeia em aldeia ungindo os enfermos com óleo e curando, a
mando do próprio Jesus.
B-
Recomendada pelos Apóstolos - Tiago 5:14 – O Apóstolo, que participou do
ato de Marcos 6:13 recomenda que a igreja chame os Presbíteros para que façam a
unção com óleo dos enfermos.
C-
Lucas 10:30 – O uso do óleo como medicação é
descrito nesse versículo pelo médico Lucas, até hoje é usado nesse sentido,
muitas pomadas usam óleo como veículo para ajudar a não grudar, eu sou médico e
sei disso. Note que é diferente do uso da unção dos enfermos.
D-
Esse sacramento é a forma como Jesus transferiu
à igreja seu dom de cura.
Ponto 31- Maria.
A-
Mãe de Deus ( Theotokos) – O que dizemos sobre
Maria não muda nada para ela, mas muda sobre Jesus. Dizer que Maria é mãe de
jesus até os muçulmanos dizem. Mas quem é Jesus? Jesus é rei? Então Maria é
Rainha (mãe) . Jesus é Deus Filho? Então Maria é mãe de Deus (Filho). Se
dizemos que Maria é mãe só da natureza humana, isso é Nestorianismo, pois os magos não eram
idólatras, pois vieram adorar o bebê. Jesus nasceu 100 % homem e 100 % Deus. As
duas naturezas não estão separadas.Se dizemos que é só mãe do Filho de Deus,
isso é Arianismo. Pois Jesus é gerado
desde a eternidade pelo Pai, não foi
criado, Ele é filho de Deus mas também é Deus Filho.
B-
Mãe da igreja ( Mater ecclesiae) – Se é
mãe de Jesus, se a igreja é um só corpo com Cristo, Maria é a mãe da igreja.
Maria não é só um bom exemplo para as mulheres, mas sua obediência trouxe
benefícios para a humanidade. Em um paralelo com Eva, que desobedeceu enquanto
ainda era virgem, Maria obedeceu enquanto era virgem. Pela sua desobediência, Eva se tornou para si
e para todo o gênero humano a causa da morte. Maria, tendo como esposo quem lhe
fora predestinado e sendo virgem, pela sua obediência se tornou para si mesma e
para todo gênero humano causa da salvação. Há um influxo que se opera de Maria
sobre Eva, pois o que está amarrado não pode ser desamarrado, ao menos que se
desatem os nós no sentido contrário ao que foram dados. Em João 19:26, Maria é
apresentada por Jesus como mãe de João. Em Atos 1:14 ela está no Pentecostes
reunida com a igreja.
Ponto 32 – Genealogia (Maria como Rainha mãe).
Jesus deveria nascer de Maria (pois ela era descendente de
Arão) e de José pois este era descendente de Davi, pois em 2 crônicas 13: 5
Deus concede a Davi eternamente o Reino de Israel.
Se Deus não quisesse que Jesus
ganhasse nada de Maria na carne o teria feito
do barro, como Adão, mas tinha um propósito.
Por isso a genealogia no início dos
evangelhos. O Messias prometido não poderia ter qualquer mãe ou qualquer Pai. A
promessa do Messias Rei e Sacerdote ( na carne ) não poderia abrir espaço para
Jesus nascer de qualquer mulher. José por sua vez era descendente de Jeconias,
que tinha sido rejeitado por Deus. Por isso Jesus não nasceu de José mas da
promessa de Deus. Daniel disse que a pedra (Cristo) seria cortada sem mão humana,
ou seja, que seria sem a participação de José.
Ponto 33 – Da prosperidade e ajuda aos pobres.
1 Timóteo 6, nos ensina que não é atitude de um bom cristão
procurar ser rico. Mas aqueles que o são devem ajudar os necessitados e não
colocar sua confiança na incerteza das riquezas. Também o evangelho não é só
para os pobres
ou preferencial para os
pobres, pois Deus não faz acepção de pessoas. Devemos cultivar os dons do
Espírito e suas virtudes e evitar a prática dos pecados capitais como a
ganância, luxúria, preguiça, inveja, gula, ira e arrogância.
Bibliografia básica:
1.
Bíblia Sagrada.
2.
Ministério feminino – Reverendo Onézio
Figueiredo – 1998 DC.
3.
Didaqué – 80 DC.
4.
Carta de Clemente aos coríntios 96 DC.
5.
Carta de Inácio aos efésios, aos filadelfienses
e a Policarpo. 107 DC.
6.
Carta de Policarpo aos filipenses. 155 DC.
7.
Justino de Roma – I e II Apologias e diálogo com
Trifão. 147 – 161 DC.
8.
Contra as heresias, Irineu de Lyon. 175 – 198
DC.
9.
História Eclesiástica – Eusébio de Cesaréia. 300
– 324 DC